Minas “armada até os dentes”
- Editorial
- 10 de jun. de 2022
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Clubes de tiro correspondem à maior parte da aquisição das munições.

Dados do Exército Brasileiro revelam que a população civil de Minas Gerais adquiriu, entre janeiro e novembro do ano passado, 15,3 milhões de balas de armas de fogo, o que equivale à compra de quase duas mil munições a cada hora. A informação foi obtida junto ao Exército pelo Instituto Sou da Paz, via Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo o Instituto, a população civil armada (605.313) já é bem superior ao efetivo das forças armadas (356.281). O armamento refere-se à venda de projéteis a colecionadores, atiradores esportivos, caçadores, pessoas físicas comuns e às balas vendidas em varejo.
A ascensão do mercado bélico em Minas e no Brasil é, em sua grande parte, atribuída pelo Exército Brasileiro ao credenciamento de novos clubes de tiro. Só na 4ª Região Militar, que compreende todo o Estado de Minas, exceto o Triângulo Mineiro, foram abertos 76 clubes de tiro entre janeiro e novembro de 2021, a terceira maior quantidade entre as 12 regionais administrativas da corporação. Em todo o país, no mesmo período, o Exército registrou 702 novos clubes de tiro, o que equivale a 38% do total de 1.802 unidades existentes no Brasil. A maioria dos CNPJs do tipo abertos aconteceu na 5ª Região Militar, que compreende os estados do Paraná e Santa Catarina, com 172 unidades.
Para obter uma licença como caçador, atirador esportivo e colecionador, a pessoa precisa ser credenciada pelo Exército. É necessário passar por um teste psicológico, em uma clínica credenciada pela Polícia Federal. Em seguida, deverá fazer um teste técnico com arma de fogo, que exige um curso com instrutores, caso não saiba atirar e manusear o armamento. É ainda obrigatório apresentar certidão negativa da Justiça Eleitoral, comprovar que não responde por processos penais, informar um local adequado para guarda da arma e munições e ser filiada a um clube de tiro.
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