Carlos Augusto Mattos
Vereadores criticaram o Executivo e a concessionária do serviço.
Os recentes episódios envolvendo o transporte público de passageiros em Oliveira provocaram novos debates sobre o serviço, na reunião da Câmara Municipal de segunda-feira (25). Vereadores falaram sobre os problemas que continuam acontecendo, e em especial a decisão da Justiça que determinou a suspensão do transporte gratuito oferecido pela Prefeitura. Eles também se mostraram apreensivos com o que poderá acontecer com o término do contrato com a empresa Voltur, no final do próximo mês de maio.
O vereador Sirley Clécio da Silveira (PDT) disse que é lamentável o que vem ocorrendo. Para ele, a decisão da Justiça prejudicou as pessoas mais simples, que não têm outros meios de locomoção além dos ônibus urbanos. O parlamentar lembrou que em 2014, quando o contrato foi assinado, o serviço era viável do ponto de vista financeiro, tanto que a concessionária pagou um valor pela licitação. Porém, com o passar do tempo, a Voltur começou a suspender diversas linhas, devido a déficit financeiro.
Sirley Clécio ressaltou que, nos últimos meses, a empresa condicionou a continuidade do serviço a uma subvenção oferecida pelo município, mas para ele a Prefeitura não pode ficar refém dessas ameaças. Ele lembrou que para oferecer a ajuda pretendida pela Voltur, precisa haver uma base legal embasada em estudos técnicos, o que a concessionária não conseguiu comprovar. O vereador destacou ainda que desde o ano passado está sendo feito um estudo sobre o transporte, acrescentando que a Voltur não está cumprindo o contrato.
Na avaliação de Gilmar Sebastião Cândido (PODE) a situação é resultado da incompetência da prefeita Cristine Lasmar (MDB), que deixou para negociar o contrato de uma nova concessão no último minuto. Para ele a chefe do Executivo já deveria estar negociando um ano antes do vencimento do acordo. Clodoaldo José de Paula (PL) classificou a situação como uma trapalhada. Ele disse que a Prefeitura não adotou a medida correta ao contratar uma empresa para realizar o transporte gratuito, e a tentativa de agradar o eleitorado acabou dando errado.
Cleyton Murilo da Silva (PDT) observou que vem discutindo o problema há quatro anos, e até agora sem solução. Para o vereador, o grande problema é o que vai acontecer depois do dia 30 de maio, quando se encerra o contrato com a Voltur. Ele indagou o que a Prefeitura pretende fazer e qual o modelo de transporte será adotado. Também criticou a falta de diálogo e de planejamento. Disse ainda que a concessionária não vem fazendo todas as linhas do contrato, o mesmo ocorrendo com a Minassul, contratada pela Prefeitura, deixando boa parte da população sem o serviço.
Éderson de Souza da Silveira (MDB) negou que a Prefeitura tenha disponibilizado o transporte gratuito por ser ano político. Também explicou que, no início do contrato, a Voltur fazia o transporte do público em geral e dos funcionários da empresa Kromberg & Schubert, mas depois de algum tempo perdeu o serviço. Para o parlamentar, a concessionária se sentiu prejudicada e quis compensar a perda, pedindo uma ajuda financeira. Porém o Executivo verificou que a empresa estava tendo lucro e por isso negou o pedido. Ele também alegou quebra de contrato, quando a empresa deixou de fazer várias linhas.
Comments